A educação e Inclusão
de Surdos
A educação de pessoas surdas é um
tema bastante preocupante. Pesquisas desenvolvidas no Brasil e no exterior
indicam que um número significativo de sujeitos surdos que passaram por vários
anos de escolarização apresenta competência para aspectos acadêmicos muito
aquém do desempenho de alunos ouvintes, apesar de suas capacidades cognitivas
iniciais serem semelhantes. Uma evidente inadequação do sistema de ensino é
denunciada por estes dados, revelando a urgência de medidas que favoreçam o
desenvolvimento pleno destas pessoas.
No mundo todo, a partir da década
de 1990, difundiu-se com força a defesa de uma política educacional de inclusão
dos sujeitos com necessidades educativas especiais, propondo maior respeito e
socialização efetiva destes grupos e contemplando, assim, também a comunidade
surda. Houve um movimento de desprestigio dos programas de educação especial e
um incentivo maciço para práticas de inclusão de pessoas surdas em escolas
regulares (de ouvintes). Desse modo, diversas têm sido as formas de realização
da inclusão. Todavia, é inegável que a maioria dos alunos surdos sofreu uma
escolarização pouco responsável.
O movimento da chamada educação
inclusiva, que emerge apoiado pela Declaração de Salamanca (1994), defende o
compromisso que a escola deve assumir de educar cada estudante, contemplando a
pedagogia da diversidade, pois todos os alunos deverão estar dentro da escola
regular, independente de sua origem social, étnica ou linguística. Assim, de
acordo com Mazzota (1996), a implementação da inclusão tem como pressuposto um
modelo no qual cada criança é importante para garantir a riqueza do conjunto,
sendo desejáveis que na classe regular estivessem presentes todos os tipos de
aluno, de tal forma que a escola seja criativa no sentido de buscar soluções
visando manter os diversos alunos no espaço escolar, levando-os a obtenção de
resultados satisfatórios em seu desempenho acadêmico e social. A inclusão
escolar é vista como um processo dinâmico e gradual, que pode tomar formas
diversas a depender das necessidades dos alunos, já que se pressupõe que essa
integração/inclusão possibilite, por exemplo, a construção de processos
linguísticos adequados, de aprendizado de conteúdos acadêmicos e de uso social
da leitura e da escrita, sendo o professor responsável por mediar e incentivar
a construção do conhecimento através da interação com ele e com os colegas.
A tecnologia para surdos
Com os avanços
tecnológicos, alguns dispositivos foram criados para auxiliar na comunicação
dos surdos com os ouvintes, integrando-os á sociedade. Além de aparelhos eletrônicos,
encontram-se no mercado também softwares e aplicativos que permitem aos
deficientes auditivos usar a linguagem de sinais e de texto para se comunicarem
com ouvintes. Confira alguns exemplos dessa tecnologia integrativa:
O TDD (telefone para surdos)
Imagem da Internet
Desenvolvido
pelo cientista Robert Weitbrecht,
esse telefone possuiu um teclado para escrever mensagens ao interlocutor do
outro lado da linha. Outra parte fundamental do dispositivo é o visor, que
permite ler as mensagens recebidas. Caso você não tenha um TDD para digitar as
mensagens, pode utilizar o Serviço de
Retransmissão de Telecomunicações (TRS) para contatar pessoas surdas. No
TRS, um operador irá transmitir sua mensagem para a pessoa com a qual se deseja
falar, e irá retornar com a resposta.
Hand Talk
Imagem da Internet
A premissa do “Hand Talk” é converter imagens e sinais em textos, permitindo que os surdos não alfabetizados na língua portuguesa se comuniquem com falantes. O aplicativo também realiza o processo reverso, convertendo textos para a linguagem de sinais. O software está disponível para celulares e computadores, em versões pagas ou gratuitas.
UNI –
MotionSavvy
Este aplicativo transforma os sinais da “American Sign
Language (Linguagem Americana de Sinais)” em textos e frases na língua inglesa. As frases dos ouvintes também
serão convertidas em textos, para que o surdo possa ler. Além disso, uma das
funções do aplicativo permite que sejam adicionados novos sinais, que poderam
ser compartilhados com outros usuários. Confira a seguir um vídeo de divulgação
lançado pela empresa “MotionSavvy”:
Referências:
> Lacerda, Cristina Broglia Feitosa de, A inclusão escolar de alunos surdos: o que dizem alunos, professores e intérpretes sobre esta experiência, disponível em http://www.scielo.br/
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